Pavilhões
representando diversos países durante a Rio+20 preenchem o gigantesco espaço do
Parque dos Atletas, uma principais locais de eventos durante a conferência. Uma
das estruturas, no entanto, é dedicada exclusivamente à mostra de pesquisas
realizadas por profissionais brasileiros. O estande da Coppe/UFRJ, referência
em estudos de engenharia, inaugurou uma pequena exposição com ideias e tecnologias
que podem ajudar a transformar o discurso sobre o meio ambiente em ações de
efeito. Uma delas é o uso do cimento ecológicocapaz de minimizar o impacto de
um dos grandes poluidores mundiais, a construção civil.
A
indústria do cimento responde por cerca de 5% das emissões mundiais de gás
carbônico. As estimativas da Coppe são de que o uso de resíduos agroindustriais
na substituição de 40% do cimento reduza, no Brasil, até 17 milhões de
toneladas na emissão anual de gás carbônico dessa indústria. O estudo destaca
ainda ser possível que um milhão de famílias de agricultores do Nordeste, cuja
renda vem do sisal, sejam beneficiadas com o uso de fibras vegetais na
construção civil. Atualmente, a produção global da indústria cimenteira é de
3,3 bilhões de toneladas de cimento por ano.
Outra
novidade possível, na área da redução do consumo de combustíveis fósseis, é
proposta na Rio+20 pelos engenheiros. A ideia é aumentar o ciclo de vida dos
plásticos e reduzir o descarte no meio ambiente. Seria criado um plástico
especial, com maior durabilidade e capaz de ser transformado em matéria-prima,
coisa que não acontece hoje em dia. Ao não precisar de nova matéria-prima para
a fabricação de plásticos, que são feitos de petróleo, deixa de consumir
combustível fóssil.
Das
14 tecnologias expostas, também chama atenção a usina de ondas. O objetivo é
gerar energia através da movimentação das águas marítimas. O Porto do Pecém, no
Ceará, tem uma dessas estruturas, que entrará em operação este ano. A usina
pode ser uma alternativa viável para o Brasil, que tem oito mil quilômetros de
costa e a preocupação em encontrar fontes de energia limpa e renovável. O potencial se compara a uma micro-hidrelétrica.
No Pecém, deve chegar a 125 quilowatts por gerador. Será a primeira usina de
onda da América Latina. Segundo estudos da Coppe, o mar brasileiro pode
aumentar em até 17% a capacidade total de energia elétrica instalada no país
hoje.
No
setor dos transportes, a novidade no Brasil é o trem de levitação magnética,
existente no Japão, China e Coreia. O plano da Coppe é o de atrair
investimentos para a montagem de uma linha dessas ligando os aeroportos Santos
Dumont e o Internacional Antônio Carlos Jobim. Segundo os pesquisadores, a
construção sai um terço mais barata do que o metrô. Os trilhos, por terem ímãs,
são mais caros. Mas a compensação está no fato de não precisar escavar túneis
para a passagem desses trens, que são silenciosos
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