Cientistas
da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma
cápsula capaz de absorver e reduzir a concentração de substâncias radioativas
de alguns tipos de líquido, como água, leite, sucos de frutas e papinhas de
criança. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, durante uma
conferência da Sociedade Americana de Química na cidade americana de San Diego,
na Califórnia.
Os
pesquisadores acreditam que a cápsula pode ser usada, futuramente, por empresas
alimentícias e também por consumidores comuns, especialmente os localizados em
áreas que sofreram algum tipo de derramamento radioativo. O exemplo mais
recente é o acidente nuclear ocorrido no Japão em março de 2011, que acabou por
contaminar alimentos em regiões próximas à usina afetada pelo terremoto.
O
pesquisador Allen Apblett, principal autor do estudo, declarou que estava
experimentando métodos para remover urânio e outros metais pesados de água
destinada para os humanos beberem. Estava também estudando maneiras de
encontrar com facilidade o urânio em oceanos. Mas após o acidente japonês, ele
e sua equipe se concentraram em tentar tornar comidas e bebidas seguras para o
consumo humano, em casos de desastres semelhantes.
Saiba
mais
ÓXIDOS
METÁLICOS
Óxidos
metálicos são compostos químicos formados por átomos de oxigênio ligados a
elementos químicos da classe dos metais, sendo sempre o oxigênio mais
eletronegativo. Eles compõem um grupo de materiais altamente diversificado,
cujas propriedades vão desde metais a semicondutores e isolantes. A ferrugem
(óxido de ferro III) e a cal (óxido de cálcio) são alguns exemplos de óxidos
metálicos com os quais convivemos.
ACTINÍDEOS
Os
elementos que fazem parte do período 7 da tabela periódica são conhecidos como
actinídeos. O grupo, composto de metais radioativos, engloba desde o elemento
de número atômico 89 (actínio, que dá nome ao grupo) ao de número 103
(laurêncio). Entre estes se encontram o urânio, de número atômico 92, e o
plutônio, de número 94.
A
cápsula é composta por nano partículas deóxidos metálicos (a ferrugem, por
exemplo, é um óxido metálico) que reagem com determinados materiais radioativos
e, consequentemente, conseguem absorvê-los. Assim, a ideia dos cientistas é
inserir a cápsula nos líquidos, deixá-la agir pelo tempo necessário para que
ocorra a absorção e depois retirá-la do recipiente. Esta ação reduziria a
concentração de substâncias radioativas do produto em questão, tornando-o
seguro para o consumo.
Os
óxidos metálicos presentes na cápsula são capazes de atrair e absorver
elementos químicos da tabela periódica conhecidos como actinídeos, entre eles o
plutônio e o urânio, além de outros elementos radioativos como o chumbo, o
arsênico e o estrôncio, relacionados normalmente com íons radioativos derivados
da fissão nuclear.
Em
testes preliminares de laboratório, a nova técnica foi capaz de reduzir a
concentração de materiais radioativos a níveis que os pesquisadores não
conseguiram nem detectar. Mas ainda não foi comprovado se a cápsula funciona da
mesma forma em concentrações altas de radiação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário