Cientistas
identificaram não só os trilhões de micróbios que habitam o corpo humano, mas
também seus genomas
Projeto
que contou com 80 instituições de pesquisa divulgou a identificação de
micróbios, como vírus e bactérias, que habitam o corpo humano (ChristIan
Charisius/AFP)
Um
grupo de cientistas anunciou nesta quarta-feira a identificação completa do
microbioma humano, todos os trilhões de micróbios que habitam o nosso corpo. O
Projeto do Microbioma Humano, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados
Unidos (NIH, na sigla em inglês), anunciou os resultados em vários artigos nas
revistas Nature e Public Library of Sciences (PLoS).
Saiba
mais
MICROBIOMA
HUMANO
O
microbioma é a totalidade dos micróbios e seus elementos genéticos, e as
interações ambientais em um contexto particular, nesse caso, o corpo humano. O
ser humano tem trilhões de bactérias e vírus distribuídos em várias partes do
corpo.
No
projeto, participaram quase 80 instituições de pesquisa multidisciplinar que
trabalharam durante cinco anos com um subsídio de 153 milhões de dólares (cerca
de 206 milhões de reais).
O
corpo humano adulto e saudável abriga dez vezes mais micróbios que células
humanas e esse contingente inclui arqueobacterias (bactérias primitivas),
vírus, bactérias e micróbios eucarióticos (que têm o material genético envolto
por membrana). O conjunto do genoma desses organismos é muito maior do que o
humano.
"Como
os exploradores do século XV que descreviam os contornos de um continente
recém-descoberto, os pesquisadores deste projeto empregaram uma nova estratégia
tecnológica para definir integralmente, pela primeira vez, o panorama microbial
normal do organismo humano", disse o diretor do NIH, Francis Collins.
Pesquisa
— Para definir o microbioma humano normal, o grupo estudou 242 voluntários
saudáveis (129 homens e 113 mulheres), dos quais obtiveram tecidos de 15
lugares no corpo masculino e de 18 no corpo feminino. Foram tomadas até três
mostras de cada voluntário em lugares como vagina, boca, nariz, pele e
intestino.
Os
artigos publicados proporcionam um panorama integral da diversidade dos
micróbios em 18 lugares diferentes do corpo humano. Isto inclui genomas de
referência de milhares de micróbios e catálogos de mais de 5 milhões de genes
de micróbios.
De
acordo com a gerente do programa, Lita Proctor, os humanos não têm todas as
enzimas necessárias para digerir os alimentos. "Os micróbios decompõem
grande parte das proteínas, lipídios e carboidratos da dieta e os transformam
em nutrientes que podemos absorver."
Além
disso, Proctor destacou que os micróbios produzem compostos benéficos como as
vitaminas e anti-inflamatórios que nosso próprio genoma não pode produzir.
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