Cientistas
japoneses anunciaram nesta sexta-feira que conseguiram criar um fígado humano a
partir de células-tronco. O sucesso do procedimento renova a esperança de que no futuro seja possível
desenvolver órgãos artificiais e transplantá-los em pacientes.
CÉLULA-TRONCO
Célula
capaz de se transformar (se diferenciar) em outra célula ou tecido
especializado do corpo. Pode se replicar muitas vezes, diferente de outras
células, como as do cérebro ou músculo.
CÉLULA-TRONCO
PLURIPOTENTE INDUZIDA (iPS)
Célula
adulta especializada que foi reprogramada geneticamente para o estágio de
célula-tronco embrionária. Pode se transformar em qualquer tecido do corpo.
Elas são obtidas por meio da reprogramação genética de células adultas. Uma
célula somática (não envolvida diretamente na reprodução), como a da pele, pode
"voltar" a um estágio similar ao de célula-tronco embrionária pela
adição de alguns genes. Esses genes são transportados com a ajuda de vírus.
Uma
equipe de cientistas dirigida pelo professor Hideki Taniguchi, da Universidade
de Yokohama, transplantou células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) no corpo
de um rato. Ali, elas cresceram até se converterem em um pequeno, mas
funcional, fígado humano.
Células-tronco
são frequentemente retiradas de embriões, que são então descartados, prática
que enfrente objeções na comunidade acadêmica e na sociedade. Já as células iPS
podem ser extraídas de indivíduos adultos. O resultado alcançado da pesquisa
foi divulgado no jornal japonês Yomiuri Shimbun e será apresentado em uma
conferência acadêmica que acontecerá no Japão na próxima semana.
Experimento
— A equipe do professor Taniguchi transplantou as células iPS na cabeça de um
rato para aproveitar o alto fluxo de sangue do cérebro. Depois disso, segundo
relatam os cientistas, as células iPS se transformaram em um fígado humano de
cinco milímetros, capaz de produzir proteínas humanas e de decompor
medicamentos.
O
jornal Yomiuri Shimbun divulgou que a descoberta da equipe de Taniguchi é uma
"ponte importante entre a pesquisa básica e a aplicação clínica, mas
encara vários desafios antes de ser colocada em prática". Taniguchi não
quis se pronunciar sobre o assunto antes da apresentação do trabalho no evento
científico, que acontecerá na próxima semana.
As
células iPS foram descobertas em 2006 por duas equipes distintas, uma dos
Estados Unidos e outra do Japão.
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