Dimitri I. Mendeleev nasceu na cidade de Tobolsk na Sibéria. Era o
filho caçula de uma família de 17 irmãos. Seu pai, Ivan Pavlovich
Mendeleev era diretor da escola de seu povoado, perdeu a visão no
mesmo ano de seu nascimento. Como consequência perdeu seu trabalho.
Já que seu pai recebia uma pensão insuficiente,
sua mãe Maria Dimitrievna Mendeleeva, passou a dirigir
uma fábrica de cristais fundada
por seu avô, Pavel Maximovich Sokolov. Na escola, desde cedo
destacou-se em Ciências (nem
tanto em
ortografia). Um cunhado, exilado por
motivos políticos e um químico da fábrica inspiraram sua paixão pela
ciência. Depois da morte de seu pai um incêndio destruiu a fábrica de cristais.
Sua mãe decidiu não reconstruir a fábrica mas sim investir suas economias na educação do
filho.
Medalha Davy de 1882
Nessa época todos os seus irmãos, exceto uma irmã, já viviam
independentemente. Sua mãe então mudou-se com ambos para Moscovo a
fim de que ele ingressasse na universidade de Moscovo o que não conseguiu. Talvez devido ao
clima político vivido pela Rússia naquele momento a universidade
só admitia moscovitas.
Foram então para São Petersburgo, onde a
situação era precisamente a mesma, não se admitiam estudantes de outras regiões,
porém sua mãe descobriu que o diretor do Instituto Pedagógico Central
(principal escola formadora de professores da
Rússia da época) era amigo de seu finado marido, portanto, onde a burocracia frustrava,
o favoritismo mandava e Dimitri consegue uma vaga.
O Instituto Pedagógico Central ficava nos mesmos prédios da Universidade
de São Petersburgo e tinha em seu quadro docente muitos professores da própria
universidade, dentre eles o famoso físico alemão Heinrich Lenz.
Interessou-se pela química graças ao prestigiado professor Alexander Voskresenki,
que passou seus últimos anos de vida em uma enfermaria devido a
um falso diagnóstico de tuberculose. Ainda
assim graduou-se em 1855 como primeiro de sua classe.
Em 1859 conseguiu uma verba do governo para estudar no exterior por dois
anos. Primeiro foi a Paris estudar sob Henri Victor Regnault, um dos maiores experimentalistas europeus da
época (consta que Regnault havia feito várias descobertas importantes, como
o princípio da conservação de energia, mas
seus estudos haviam sido destruídos e Regnault não conseguiu recuperar antes de
sua morte).
No ano seguinte, Mendeleev seguiu para a Alemanha estudar
com Gustav Kirchhoff e Robert Wilhelm Bunsen, inventores doespectroscópio -
importante instrumento para descoberta de novos elementos daquela época - e do
até hoje utilizado bico de Bunsen.
O comportamento explosivo de Mendeleev tornou-se sua ruína. Com
pouquíssimo tempo de convivência, brigou com Kirchoff e desistiu das aulas,
porém, continuou na Alemanha onde residia em um pequeno apartamento que
transformou em laboratório. Neste
laboratório improvisado, trabalhando sozinho, limitou-se a estudar a dissolução
do álcool em água e
fez importantes descobertas sobre estruturas atômicas, valência e
propriedades dos gases.
Uma versão da tabela periódica de Mendeleev, da
primeira edição inglesa do
seu livro de texto (1891, baseada na 5.ª edição russa).
Em 1860, pouco antes de voltar à Rússia, participou do 1º Congresso
Internacional de Química da Alemanha, em Karlsruhe, onde
foi decido por influência do químico italiano Stanislao Cannizzaro que o padrão de abordagem dos elementos químicosseria o peso atômico.
Casa-se pela primeira vez, por pressão da irmã, em 1862 com Feozva
Nikítichna Lescheva com a qual teve três filhos um dos quais faleceu.
Esta foi uma união infeliz e, em 1871, separaram-se. Casou-se pela segunda vez
em 1882 com Ana Ivánovna Popova 26 anos mais jovem. Tiveram
quatro filhos. Teve de enfrentar a oposição da família de Ana e o facto de que
Feozva negava-se a dar-lhe o divórcio.
Em 1869, enquanto escrevia seu livro de química inorgânica, Dimitri Ivanovich Mendeleev organizou os
elementos na forma da tabela periódica actual. Ele criou uma carta para cada um
dos 63 elementos conhecidos. Cada carta continha o símbolo do elemento, a massa atômica e
as suas propriedades químicas e físicas.
Colocando as cartas numa mesa, organizou-as em ordem crescente de massas
atómicas, agrupando-as em elementos de propriedades semelhantes. Tinha então
acabado de formar a tabela periódica.
Esta tabela de Mendeleev tinha algumas vantagens sobre outras tabelas
ou teorias antes apresentadas, mostrando semelhanças
numa rede de relações vertical, horizontal e diagonal. A classificação de
Mendeleev deixava ainda espaços vazios, prevendo a descoberta de novos
elementos.
A tabela de Mendeleev serviu de base para a elaboração da actual tabela
periódica, que além de catalogar 118 elementos conhecidos, fornece inúmeras
informações sobre o comportamento de cada um.
Mendeleev ordenou os 60 elementos químicos conhecidos de sua época na
ordem crescente de peso atômico de certa forma que em uma mesma vertical
ficavam os elementos com propriedades químicas semelhantes, constituindo os
grupos verticais, ou as chamadas famílias químicas. O trabalho de Mendeleev foi
um trabalho audacioso e um exemplo extraordinário de intuição científica. De
todos os trabalhos apresentados que tiveram influência na tabela periódica o de
Mendeleev teve maior perspicácia.
Ele foi um cientista que
defendeu a origem inorgânica do petróleo.
'' O facto capital para se notar é que o petróleo nasceu nas profundezas da Terra, e é somente lá é que devemos procurar sua origem. '' |
Dimitri Mendeleiev
Viajou por toda a Europa visitando vários cientistas. Em 1902
foi a Paris e
esteve no laboratório do casal Pierre e Marie Curie.
Faleceu, vitimado por uma gripe em 1907, já praticamente cego.
Nenhum comentário:
Postar um comentário